CAMPANHA DE SOLIDARIEDADE ACR|MADEIRA

A ACR – Acção Católica Rural, dá início a uma campanha de solidariedade para com a ACR da Madeira.

Depois de uma análise mais exaustiva à situação vivida na Madeira, e tendo em conta a especificidade do nosso Movimento – o trabalho no meio – decidiu a Equipa Nacional desafiar as suas Equipas Diocesanas e de Base, numa acção concreta de apoio a uma das zonas mais afectadas, onde alguns dos nossos militantes moram – Serra d’ Água, Concelho da Ribeira Brava.

Sentimos que não só devemos, como temos de fazer alguma coisa para minorar o seu sofrimento e levar até eles um sorriso de alegria e de amor. Queremos que se possam alegrar por saber que nós pensamos, rezamos e fazemos gestos de amor e de solidariedade por eles.

A campanha irá conter diversas fases e tipos de apoio (financeiro e humano). Em suma:

  1. Divulgação da campanha nos diversos meios de comunicação social (nacionais, diocesanos e paroquiais), informando a conta bancária de apoio à ACR Madeira (Banco BPI – NIB 0010.0000.34951870002.90);
  2. Envio de mensagens solidárias: acrmadeira@gmail.com; Presidente da ACR da Serra de Água: Jacinta da Silva, Sítio da Laje, 9350-309 Serra de Água, Telemóvel nº 964 287 186;
  3. Realização de intercâmbios, proporcionando a presença de jovens madeirenses em Campos de Férias no Continente;
  4. Outras sugestões (entre muitas outras a realizar em cada Diocese, pelas paróquias espalhadas por todo o país): Ofertório especial de uma Eucaristia, Rifas, Festas locais, Teatros ou Concertos a reverter a favor da Madeira.

No XI Encontro Nacional, a realizar na Diocese de Lamego, em 25 de Abril corrente, serão lançadas diversas iniciativas também:

    * DVD, com imagens referentes ao X Encontro Nacional, realizado no ano transacto, na Madeira. A receita resultante da venda será enviada para os militantes de Serra d’ Agua (zona mais afectada, onde a ACR tem uma equipa de militantes e simpatizantes);

    * Haverá barraquinhas, com venda de produtos regionais, das diversas Dioceses;

    * Será feita uma adaptação de um tema musical, com a colaboração de todas as Dioceses, para ser cantada neste grande Encontro, em uníssono, pela Madeira e com a Madeira.

Trata-se de um projecto arrojado, no qual sabemos que estão todos envolvidos, militantes e simpatizantes, dos grupos infantis, adolescentes, jovens e adultos, empenhados em minorar o sofrimento dos nossos amigos madeirenses, enviar-lhes o nosso amor e oferecer-lhes o nosso abraço. Sabemos que foi grande o sofrimento, mas é maior a esperança na solidariedade.

Aqui estamos para unidos Sonhar, desenhar e construir o futuro, também na Madeira, oferecendo um simples Sorriso, uma Vida Nova!

A Equipa Nacional

Lisboa, 8 de Abril de 2010

Um testemunho:

Ilha da Madeira em reconstrução

Todos sabemos como, na nossa Ilha, chuvas sete vezes superiores ao normal causaram morte e destruição.

No concelho da Ribeira Brava, no sítio do Pomar da Rocha, faleceu a nossa militante, viúva, Maria de Fátima Macedo de Abreu, o seu filho Marcelino que pertencia ao quadro de honra da Escola, e a filha Carla que participou no Encontro Nacional de Adolescentes e Jovens, em Tomar, e ficou, com a Cátia, na casa da Liliana.

Faleceu ainda a mãe da Fátima, um irmão, a cunhada e um sobrinho, tendo sobrevivido apenas um sobrinho, de 19 anos, que estudava e trabalhava e se encontra em casa de uns tios.

Fora do concelho do Funchal, a freguesia mais afectada foi, sem dúvida, a Serra de Água, que também pertence ao concelho da Ribeira Brava. Podemos dizer que, nesta freguesia, quase não houve uma família que não tivesse de fugir da sua casa para procurar lugar mais seguro. Só mesmo as pessoas de mais idade, que não podiam fugir, ficaram em casa, aguardando a morte, que felizmente não chegou.

Algumas famílias perderam a casa e quase todas ficaram sem grande parte dos terrenos de cultivo.

As águas, nas ribeiras, destruíram tudo o que havia nas margens, casas e terrenos, que passaram a fazer parte do leito dos cursos de água que ficou triplicado. Além, das ribeiras, houve muitos outros grandes deslizamentos de terras que atulharam o rés-do-chão das casas de lama, avariando os electrodomésticos, e levaram terrenos e palheiros com animais e produtos da terra.

Muitas pessoas desta freguesia foram alojadas no Concelho vizinho, uma vez que o trânsito para a sede do seu Concelho ficou interrompido. Dessas, algumas já voltaram às suas casas.

Um grupo da Equipa Diocesana deslocou-se, no domingo, 21 de Março, à Serra de Água para conversar com as militantes e simpatizantes da ACR. Foi uma autêntica Revisão de Vida, só que em vez de um caso, tínhamos tantos casos quantas as 12 militantes e 2 simpatizantes.

Estão ainda muito afectadas, como não podia deixar de ser, mas a mais abalada era, sem dúvida, uma militante que arriscou a vida, porque não podia abandonar a sua mãe, com 95 anos.

Há bens que podem ser recuperados ou substituídos, mas os terrenos que desapareceram, esses não voltam. Todas as militantes e simpatizantes ficaram sem parte dos seus terrenos, de onde tiravam os produtos para a sua alimentação. Era uma zona essencialmente agrícola.

Foi grande o sofrimento, mas é maior a esperança na solidariedade.

Clarisse Sousa

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